quinta-feira, 21 de junho de 2012

Vocacionado? Eu? Você tá brincando?!


“Existem tipos diferentes de dons espirituais, mas é um só e o mesmo Espírito quem dá esses dons. Existem maneiras diferentes de servir, mas o Senhor que servimos é o mesmo. Há diferentes habilidades para realizar o trabalho, mas é o mesmo Deus quem dá a cada um a habilidade para fazê-lo. Porém é um só e o mesmo Espírito quem faz tudo isso. Ele dá um dom diferente para cada pessoa, conforme ele quer”.
(1 Co 12.4-6,11 NTLH)

Pra começo de conversa é importante entendermos que Deus chama pessoas diferentes, em circunstâncias diferentes, em idades diferentes para o ministério. Chamou o Profeta Jeremias no ventre da mãe (Jr 1.5); chamou o Profeta Isaías num momento de crise nacional (Is 6); chamou o Apóstolo Pedro depois de casado; chamou Paulo quando este perseguia a igreja (At 22.3-16). Como você pode perceber, não há um padrão exato para nosso chamado vocacional. Todavia, é importante que desde cedo você saiba identificar elementos e detalhes que configuram uma vocação, um chamado específico.

Muitos têm uma compreensão errada do que seja vocação e chamado. John Jowett, em seu livro “O pregador, sua vida e sua obra”, diz que “vocação é quando você tem todas as outras portas abertas [escancaradas], mas você só anseia entrar pela porta de um ministério específico”. É como se houvessem algemas invisíveis que o “prendessem” àquela realidade e missão específica.

De acordo com o Pr. Hernandes Dias Lopes “o vocacionado não é um voluntário, mas um chamado/convocado. O seu ministério não é procurado, é recebido. Sua vocação não é terrena, é celestial. Sua motivação não está em vantagens humanas, mas em cumprir o propósito divino”.

Ora, mas qual seria então a diferença entre vocação e chamado? Preciso dizer que elas caminham bem juntinhas e têm tudo em comum. Toda pessoa chamada é vocacionada. E toda pessoa vocacionada terá um chamado específico, mais cedo ou mais tarde. A única possível diferença é que vocação é uma capacitação especial (através de um dom, talento) dada por Deus, através do seu Espírito Santo, enquanto que o chamado está relacionado ao local e circunstância específica onde Deus nos fará colocar aquela vocação em prática.

Pra ficar mais claro ainda usarei meu exemplo pessoal: Minha vocação é para o Ministério Pastoral. Todavia, meu chamado específico, nesse tempo, foi para pastorear a juventude da Igreja Batista Equatorial, em Belém (PA), e também para servir como presidente da Juventude Batista do Pará. E aí, matou a charada da diferença entre vocação e chamado?! Vamos avante!

Outra compreensão importante é a de que você pode (e deve) frutificar onde Deus te plantou. O local onde fomos plantados por Deus é o local onde ele quer que frutifiquemos. Caso Ele queira que a gente frutifique em outro local, ele mesmo providenciará essa mudança.

Para facilitar a compreensão sobre o tema, o Pr. Ed René Kivitz, da Igreja Batista Água Branca (SP), destaca alguns pontos interessantes. Ele afirma que “você sabe que tem uma vocação quando existe uma necessidade do/no mundo a respeito da qual você se sente responsável. Pode ser um grupo social, um povo, uma instituição, uma causa, enfim, algo pelo que você se sente impelido ou impelida a fazer alguma coisa”.

Veja um inspirador exemplo. Os batistas brasileiros perderam, há poucos dias, a querida Missionária Margarida Lemos Gonçalves. Capixaba por nascimento, no comecinho da juventude afirmava ter recebido um chamado divino para dedicar sua vida integralmente nos campos missionários transculturais. Dito e feito: dedicou mais de 60 anos para evangelização e edificação do Norte do Brasil, especialmente o Estado do Tocantins. A missionária Margarida gastou sua vida a fim de que, por meio deste sacrifício, outros pudessem conhecer a Jesus Cristo. Que legado espetacular!

Ainda sobre características vocacionais, o Pr. Kivitz afirma que “você sabe que tem uma vocação quando aquilo que você faz exige mais do que mera intuição, exige capacitação. Para exercer uma vocação você deve se comprometer a estudar, se aperfeiçoar e se desenvolver de modo a fazer cada vez melhor e com mais excelência, eficiência e eficácia aquilo que faz”.

Em relação a isso menciono o belíssimo exemplo de vida e testemunho do nosso irmão William Douglas. Quem ele é? Um jurista brasileiro que alcançou respeito nacional por ser mega experiente e profissional na área em que Deus o vocacionou. Algumas vezes o vi dando entrevistas a programas televisivos famosos como “Jornal Nacional”, “Programa do Jô” e “Fantástico”, todos da Rede Globo. Em seu currículo consta, dentre outras coisas, que é Juiz Federal, Especialista em políticas públicas, escritor, professor, Mestre em Direito, dono de editora, além de ter escrito o livro “Como passar em provas concursos”, que chegou a ser best-seller (um dos mais vendidos) no Brasil.

O mais interessante em tudo isso é que o Juiz William Douglas, que é membro da Igreja Batista Central de Niterói (RJ), testemunha o seguinte: “Você acha que, por todas essas vitórias eu sou o cara? Pois fique sabendo que Jesus Cristo é que é o cara! Tudo isso devo a Ele”. Este é um excelente exemplo de alguém que soube conciliar profissão e vocação para a glória de Deus.

Esqueça a idéia (errada) de que apenas pastores e missionários transculturais são vocacionados. Eles também são, mas não apenas eles. De acordo a Bíblia, TODOS nós somos vocacionados, e as possibilidades de vocações são inúmeras. Ou seja, engenheiros, médicos, advogados, professores, faxineiros, jardineiros, administradores, pastores, cantores, instrumentista, compositores, agricultores e um sem-número de outras pessoas podem ser capacitadas por Deus, com dons e talentos específicos, para servi-Lo mundo afora.

O mundo sempre ficará surpreso diante do impacto causado pela vida de homens e mulheres que colocam inteiramente nas mãos de Deus.

Que o nosso Deus nos dê discernimento, sabedoria e sensibilidade pra entendermos e colocarmos em prática a vocação e o chamado que Ele tem pra cada um de nós.


Cedido gentilmente por: Pr. Francisco Helder Sousa Cardoso

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