terça-feira, 14 de agosto de 2012

O desejo de Deus pela plenitude e integridade.

... eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente. (Jesus)





Precisamos valorizar a necessidade de compreender o motivo pelo qual eu e você existimos ou mesmo que tudo existe. Ao menos a parte que nos cabe em nossa finitude. Pois, a revelação de Deus para nós é dada, através de muitas formas e principalmente através de sua palavra, para que tenhamos consciência de que temos um propósito em nossa existência. Não há acaso. Não há relatividade. Existe, sim, assertividade nesta busca. E creio se buscarmos de todo coração encontraremos.

As palavras de Jesus, ao mesmo tempo em que demonstram um exemplo de ser humano totalmente consciente do propósito pelo qual existe, ainda, por meio de sua divindade, nos convoca a compreendermos também nossa. Ele centraliza nele a nossa existência e a sua plenitude. Portanto, precisamos nos valer de um princípio: o autoconhecimento é teocêntrico, na medida em que sua natureza essencialmente se revela cristocêntrica. E nas palavras de um filósofo cristão diz-se que o “autoconhecimento bíblico implica que toda a nossa visão de mundo e da vida precisa ser reformada em um sentido cristocêntrico; assim, toda e qualquer visão dualista da graça comum, que separe essa última de sua visão verdadeira raiz e centro religioso em Cristo Jesus, deveria ser rejeitada, em qualquer princípio”.

O chamado a plenitude é um chamado a integridade. E como viver a integridade sem percebê-la na consciente obediência, na ingênua confiança, na franca fé?

A libertação ilumina. O arrependimento faz-nos volver tudo o que somos, temos e vivemos ao numinoso. O amor de Deus extrovertidamente se fez perceptível em Jesus e nos sinais do reino entre nós, por meio do seu espírito santo.

De uma maneira de compreender a vida, a nenhuma outra maneira de compreender a vida. Eu convoco você a perceber que a realidade é centrada em Jesus. Não existe jeito mais pleno e esclarecedor. Perceber, saber e compreender tudo por meio desta pessoal que é em triunidade a essência de absolutamente tudo.

Cedido Gentilmente por Luiz Henrique Carvalho que é missionário mobilizador no Pará e Amapá, da Junta de Missões Mundiais.

domingo, 12 de agosto de 2012

Pai

E disse: Um certo homem tinha dois filhos;

E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.

E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.

E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades.

E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos.

E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada.

E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!

Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;

Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.

E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.

E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho.

Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés;

E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos;

Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se.

E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças.

E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.

E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.

Mas ele se indignou, e não queria entrar.

E saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos;

Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.

E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas;

Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se.

Lucas 15:11-32

Feliz Dia dos Pais.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O repertório de um 15 anos evangélico.


Olá, quero compartilhar uma situação que vivi nessa semana.

Fui convidado para ser mestre de cerimônia em um baile de debutante evangélico batista tradicional, mesmo sem nunca ter feito antes, aceitei e fiquei responsável pela programação do evento, com exceção da parte musical, que ficara por conta de um DJ.

No sábado, dia do baile, marcamos às 19h para estarmos no local do evento, onde às 20h a debutante começaria a recepcionar os convidados. Assim fora planejado. Mas as 19h05 fui comunicado de que o DJ não se faria presente no baile.

Arrumar uma seleção de músicas para um 15 anos evangélico, em minutos seria uma tortura, e foi, copia e cola algumas pastas de música dos cantores que se encontravam em meu HD e vai para a festa, ainda deu tempo de baixar 1 valsa.

Mais problemas, ao chegarmos no local do evento, ajustes rápidos e no avançar da hora, coloco para tocar o CD do Thalles Roberto e segue durante todo o cerimonial, como música de fundo e ambiente.
Não teve a valsa, até aí tudo bem, no final da festa, na hora de desarrumar o equipamento de som, o responsável (membro da Assembléia de Deus Tradicional) pelo mesmo, chegou e me disse: - Não entendi nada dessas músicas de vocês.

Fiquei a pensar... e respondi é assim mesmo, um dia o pastor da sua igreja vai liberar. Instiguei o homem com vara-curta. Ele contra-argumentou: - Sabe quantos diáconos existem no campo da nossa igreja? São 43 diáconos, se ele autorizar, ele está fora, nunca, na nossa igreja não.

Eu em meu direito de resposta, afirmei que iria sim liberar, era só questão de tempo.

Desmontagem do equipamento avançando, ele, o responsável pelo som, comentando alguns eventos evangélicos da qual tocará, como foi, quais igrejas foram, os cultos, o mover do Espírito Santo e tal, e disse mais: - Hoje foram as piores músicas que tocaram em meu som.

Pronto, o homem me calou naquele momento.

- O que foi aquilo?  Aceito que não poderia ter sido uma das melhores escolhas, mas a debutante gostou.

Queria entender, se o problema está na doutrina da igreja, no gosto pessoal ou no ritmo da música, para aquele homem ter se ‘enojado’ com o repertório improvisado que fora colocado.

Ao meu ver, Thalles Roberto canta a Palavra de Deus, na mesma proporção que clássicas cantoras pentecostais, e inclusive fala em línguas estranhas em algumas de suas músicas.

Penso desde então:

Quais influências a música, com seus estilos, ritmos e variações, tem causado frente às igrejas (ou aos membros que a compõe)?

Quais os ‘muros’ existentes para uma denominação exaltar o Forró e extirpar o Pop-Rock ?  

* Lembro que, não estou entrando no mérito do que é ou não é Louvor Congregacional, mas de que música pode e que não pode entrar e ser ecoada ou entoada na igreja.

Por William Costa.
@WCosta2

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Como seria minha vida se eu não acreditasse em Deus?

Outro dia me surpreendi me perguntando como seria minha vida se eu não acreditasse em Deus. Em termos positivos, quis saber a respeito da função de Deus em minha vida (já sei, você vai dizer que reduzi deus a uma coisa e estabeleci com ele uma relação mecânica e funcional, mas deixa pra lá, você vai ver que não é isso, só estou usando a melhor palavra que achei). O primeiro impulso foi na direção da questão ética: Deus é minha matriz de certo e errado, bem e mal. Há muita coisa que faço e deixo de fazer na vida por acreditar que Deus é um padrão a ser seguido ou obedecido, não necessariamente por causa de Deus em si, mas a bem de quem o obedece ou segue: algo como seguir as orientações de um manual de instruções – você pode fazer do seu jeito, mas a coisa não vai funcionar, e o resultado não é que o manual vai ficar triste ou bravo com você, mas que a coisa não vai funcionar mesmo.

Logo depois desta conclusão rápida, me pareceu óbvio que Deus não seria a única alternativa para que eu tivesse uma orientação ética: os ateus e agnósticos também têm sua ética. O passo seguinte foi imaginar que outra função Deus ocuparia em minha vida além da referência ética.

Provavelmente você afirmaria o óbvio: Deus é aquele que cuida de mim, me protege, provê para o meu bem e minha felicidade. Embora eu acredite nisso, na verdade, não me basta, pois a vida está cheia de acontecimentos que me induziriam a acreditar exatamente o contrário. Caso eu dissesse a um cético que Deus é como um pai, mas um pai todo-poderoso que cuida de mim, certamente eu seria bombardeado de perguntas. Como disse Robert De Niro: “Se Deus existe, ele tem muito o que explicar”. Além disso, estar sob o cuidado de um superprotetor não é a razão porque acredito em Deus: de fato, abro mão de ser protegido – minha solidariedade com a raça humana não me permite esperar melhor sorte do que a das crianças abandonadas, dos enfermos crônicos, dos miseráveis e vitimados pelas atrocidades dos maus. Ou Deus protege todo mundo, ou a proteção não serve como fundamento para a crença nele.

A idéia de um ser lá em cima fazendo e acontecendo aqui em baixo, como um mestre enxadrista que faz dos seres humanos peças num tabuleiro cósmico nunca me agradou. Mas mesmo assim, acredito nisso: sou daqueles que acredita que Deus está no controle do universo e da história. O que quero dizer é que não acredito em deus como se as coisas que acontecem ou deixam de acontecer fossem resultado de decisões divinas, do tipo: vou dar este emprego pra ele? vou curar esta criança? vou dar este câncer de mama para ela? vou fazer com que eles se casem?, e assim por diante, como se Deus fosse uma máquina de decisões que não para nunca e afeta tudo quanto existe em tudo quanto é lugar em relação a todo mundo.

A maneira como percebo Deus é mais ou menos como percebo o sol: ele simplesmente está lá. Acredito em Deus mais ou menos assim: Deus está, ou se preferir, Deus é. Assim como o sol irradia seu calor sem cessar, também Deus afeta tudo em todo lugar em relação a todo mundo. O sol não precisa tomar decisões: ele simplesmente está lá. Assim também em relação a Deus.

É verdade que nem todas as pessoas e nem todos os lugares são afetados pelo sol, e também que as pessoas e lugares que são afetados pelo sol experimentam o sol de maneira diferente e com conseqüências as mais variadas. Mas não por causa do sol. O sol está sempre lá e é sempre do mesmo jeito. O que muda é a realidade sobre a qual o sol incide: se a pessoa está à sombra é afetada de um jeito, se está descoberta é afetada de outro; o fruto do topo da árvore é afetado de um jeito, escondido entre as folhas, de outra; a água do lago é afetada de um jeito, empoçada, de outro; uma planta em boa terra e irrigada é afetada de um jeito, em solo ruim e seca, de outro. O sol está sempre lá e do mesmo jeito, aqui embaixo é que as coisas são diferentes.

Assim também em relação a Deus. Ele é, e sempre do mesmo jeito, as condições que lhe são dadas é que mudam: uma criança sozinha na rua e outra num ambiente familiar de afeto e amor; um homem que aproveitou bem suas oportunidades de estudo e formação profissional e outro que não teve a mesma sorte; alguém com uma doença congênita e outra pessoa com propensão atlética; a periferia do Haiti e o condomínio na Califórnia. Deus é, e sempre o mesmo, fluindo de maneira plena e equânime sobre tudo e todos, em todo tempo e lugar. As realidades sob sua influência é que são distintas. Por esta razão as conseqüências de sua influência são diversas e jamais podem ser padronizadas.

Já imagino o que você está pensando. Você acha que acabei de tirar a dimensão pessoal de Deus, e passei a tratar Deus como uma força ou uma energia. Faz sentido, mas tenho uma saída. A diferença entre Deus e uma força ou energia é que as forças e energias não afetam dimensões pessoais. Por exemplo, não é possível prescrever 30 minutos de banho de sol para adquirir capacidade de perdoar, 20 minutos de banho de chuva para se livrar do vício de mentir, ou 45 minutos de banho de luz para se encher de compaixão. Essas coisas: amor, perdão, misericórdia, justiça, solidariedade, pureza de coração, alegria e saudades são atributos pessoais, relativos a seres conscientes, auto-conscientes, com capacidades afetivas-emocionais, intelectuais e racionais, e volitivas. Por esta razão, o sol é apenas uma metáfora – incompleta, como toda metáfora – para Deus.

Deus não é uma energia ou uma força impessoal, mas o Ser–em–Si, fundamento pessoal de toda a realidade existente. Como disse São Paulo, apóstolo: em Deus somos, nos movemos e existimos.

Dallas Willard me ajudou muito a compreender isso quando afirmou que a principal maneira como somos afetados por Deus é através de “pensamentos e sentimentos que são nossos, mas não tiveram origem em nós”. Esta é minha experiência de Deus. Continuo acreditando que Deus está no controle de tudo, é livre para tomar decisões e afetar a realidade conforme sua vontade, cuida de mim e de todo mundo, faz e acontece na história e nas minhas circunstâncias, dispões de pessoas para a vida e para a morte, e o que mais você quiser ou considerar necessário atribuir como capacidade e direito a alguém que seja chamado Deus, afinal, por definição, Deus é incondicionado e ilimitado. Mas todas estas coisas atribuídas a Deus me são imponderáveis e inacessíveis. O que me afeta de fato é que crendo em Deus e conscientemente me submetendo a Ele, experimento pensamentos e sentimentos que são meus, mas não têm origem em mim. Sou levado a um estado de ser ao qual jamais conseguiria chegar sozinho. Deus é meu interlocutor amoroso. Deus é meu companheiro de viagem.

O que acontece fora de mim, se Deus faz ou deixa de fazer, se foi ele quem fez ou deixou de fazer, não me diz respeito, minha razão não alcança, e, portanto, não é objeto de minha preocupação para caminhar pela vida. Mas o que acontece dentro de mim, isso sim, é tudo quanto eu tenho e me basta. Tudo quanto tenho para orientar a minha peregrinação existencial são sentimentos e pensamentos que são meus, muitos deles que não tiveram origem em mim. Isso é questão de fé. E essa é a minha fé: estou sob Deus, suplicante e humildemente dependente de seu amor para me tornar tudo quanto estou destinado a ser, independente do que me possa acontecer.

A mim me basta saber que em pastos verdejantes às margens de águas puras e cristalinas, ou no vale da sombra da morte, nada preciso temer, pois Deus está comigo, refrigerando-me a alma, guindo-me pelos caminhos da justiça por amor do seu nome. A mim me basta saber que se Deus é por mim, ninguém pode ser contra mim, pois nada pode me separar do amor de Cristo: nem tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada, pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Não sei como seria minha vida se eu não acreditasse em Deus. Muito menos se Deus não acreditasse em mim. E nem quero saber.

Ed. R. Kivitz

Fonte: Blog René Kivitz